A Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (Apan) organizou uma audiência no Congresso Nacional para discutir o futuro das políticas afirmativas na indústria do cinema. A audiência foi convocada pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados e contou com a presença de parlamentares, líderes do audiovisual e representantes da sociedade civil.

A Apan considera este um 'ponto de inflexão' para o audiovisual brasileiro, equilibrando conquistas recentes em políticas públicas com o desafio de consolidar a reparação histórica e o fortalecimento de uma indústria que reflita, de fato, a pluralidade e o poder da população negra, que é maioria no Brasil.

Uma pesquisa da Agência Nacional do Cinema (Ancine) de 2016 mostrou que apenas 2% dos diretores de filmes lançados comercialmente eram negros. Entre os roteiristas, o número era de apenas 4%. Além disso, entre 1908 e 2015, de mais de 2,5 mil filmes brasileiros produzidos, menos de 1% tinham protagonismo negro.

Políticas afirmativas são cruciais para promover uma participação mais diversificada na produção audiovisual nacional, garantindo não apenas maior inclusão de grupos sociais como criadores de representação, mas também impactando nas representações criadas, com perspectivas sociais variadas atingindo o público.