Sábado, 06 de Setembro de 2025
O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou, no Dia da Amazônia, o edital Bacia do Rio Xingu 2, disponibilizando até R$ 6,3 milhões para apoiar projetos de restauração ecológica. Os recursos são provenientes do Fundo Socioambiental do BNDES e de parceiros privados como Grupo Energisa, Norte Energia S/A e Fundo Vale. O objetivo é apoiar até seis projetos focados na recuperação da vegetação nativa.
Os projetos devem ser voltados para a restauração de áreas em Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente (APP), Reserva Legal (RL) em imóveis rurais de até quatro módulos fiscais, assentamentos de reforma agrária, territórios indígenas, quilombolas e de outras comunidades tradicionais. O engajamento das comunidades locais é prioridade. O prazo para apresentação das propostas se encerra às 18h do dia 7 de novembro.
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“Estamos lançando este edital no Dia da Amazônia, que é celebrado anualmente para chamar a atenção para a importância da maior floresta tropical do planeta. É mais uma ação que reforça o protagonismo do BNDES no fomento de um novo modelo de desenvolvimento econômico e socioambiental. Combinando recursos públicos e privados, podemos recuperar a vegetação nativa e, ao mesmo tempo, gerar emprego e renda para as comunidades”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
O Floresta Viva tem a finalidade de formar parcerias para apoiar projetos de restauração ecológica nos diversos biomas brasileiros, com espécies nativas e sistemas agroflorestais (SAFs). Até o momento, já foram mobilizados cerca de R$ 460 milhões, sendo a metade dos recursos provenientes do Fundo Socioambiental do BNDES e o restante são recursos de parceiros públicos e privados.
O Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) atua como parceiro gestor do Floresta Viva, sendo responsável pela organização dos editais e pelo recebimento dos recursos do BNDES e dos parceiros, com posterior repasse aos projetos selecionados.
“Ao financiar e capacitar projetos locais, não estamos apenas plantando árvores; estamos fortalecendo toda a cadeia da restauração – desde os coletores de sementes nativas até as comunidades que farão a floresta voltar a crescer. É um projeto de escala nacional com resultados locais tangíveis”, avalia o superintendente de programas do Funbio, Manoel Serrão.
Com aproximadamente 1,9 mil quilômetros de comprimento, o rio Xingu nasce no Cerrado e atravessa uma longa extensão da Floresta Amazônica até desaguar no rio Amazonas. Sua bacia ocupa uma área de aproximadamente 53 milhões de hectares, abrangendo cerca de 50 municípios nos estados de Mato Grosso e do Pará, com a presença de diversas Terras Indígenas e Unidades de Conservação.
O primeiro edital do Floresta Viva dedicado à Bacia do Rio Xingu foi lançado em 2023. Na ocasião, foram selecionados quatro projetos somando um valor total de R$ 20,3 milhões, restando R$ 6,3 milhões em recursos remanescentes, que serão aplicados através deste novo edital.
“Estamos priorizando projetos que incluam iniciativas de capacitação dos proponentes e de fortalecimento das cadeias produtivas. No mínimo, 50% dos recursos previstos em cada proposta devem ser destinados às atividades de restauração ecológica”, avaliou a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello.