Quinta, 14 de Agosto de 2025
A Academia Brasileira de Ciências (ABC) lançou o relatório Microplásticos: um problema complexo e urgente, analisando os efeitos do descarte inadequado de microplásticos e propondo estratégias de combate à contaminação do meio ambiente, especialmente rios e oceanos.
Segundo levantamento, o Brasil contribui anualmente com até 190 mil toneladas de lixo no ambiente marinho. A produção mundial de plástico é estimada em 400 milhões de toneladas ao ano, com menos de 10% reciclado.
Cerca de 80% dos resíduos plásticos que chegam ao mar vêm de atividades terrestres, como turismo, indústria, ocupação urbana desordenada e má gestão de resíduos sólidos. Os outros 20% vêm de atividades marítimas, como transporte e pesca.
“Enfrentar a poluição por microplásticos exige ação coordenada entre governo, setor produtivo, comunidade científica e sociedade. Precisamos rever estratégias nacionais e investir em educação, inovação e regulação para proteger a saúde humana e os ecossistemas”, afirma Helena Nader, presidente da ABC.
Ao chegarem ao oceano, os resíduos sofrem dispersão e causam impactos ambientais, sociais e econômicos, sendo ingeridos por animais marinhos e outros seres vivos da cadeia alimentar.
Microplásticos também são encontrados em órgãos do corpo humano, representando riscos à saúde. Estudos detectaram microplásticos em placentas e cordões umbilicais de gestantes.
“O relatório propõe ações concretas que exigem atuação coordenada entre governo, setor produtivo e sociedade. Não podemos mais tratar os plásticos como descartáveis. É hora de assumir a responsabilidade pelo ciclo completo desses materiais, desde a produção até o descarte e a reciclagem”, avalia Adalberto Luis Val, vice-presidente da ABC.
Para reduzir o impacto da poluição por microplásticos, os pesquisadores propõem seis caminhos: