Quarta, 27 de Agosto de 2025

COP30: Líder Científica Defende Ação Global Urgente Contra a Emergência Climática

Thelma Krug, coordenadora do grupo de cientistas da COP30, clama por 'mutirão' para alcançar metas climáticas e superar desafios, priorizando a colaboração multilateral.

27/08/2025 às 02:19
Por: Redação

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Por trás das negociações políticas na COP30 em Belém, um grupo de cientistas fornecerá dados técnicos às autoridades brasileiras.

A coordenadora do grupo, Thelma Krug, está otimista quanto aos resultados positivos do evento, apesar dos desafios.

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Thelma Krug, ligada ao Inpe e ex-vice-presidente do IPCC, é uma das maiores especialistas em clima e meio ambiente.

“A gente tem que levar uma voz de esperança. Só vemos notícias ruins sobre a emergência climática. E isso tem provocado problemas de saúde mental, principalmente nos mais jovens. A gente precisa falar que já fez muita coisa nesses últimos dez anos, por exemplo. Sabemos das dificuldades, mas precisamos agir, fazer esse mutirão para buscarmos nossas metas na COP30”, disse Thelma Krug.

A pesquisadora participou do evento "Esse tal Efeito Estufa" no Rio de Janeiro.

O Conselho Científico sobre o Clima, composto por 11 cientistas (6 do Brasil e 5 do exterior), assessorará o presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago.

O grupo debateu a remoção de dióxido de carbono da atmosfera, reconhecendo a dificuldade de atingir zero emissões de CO2 até 2050. Discutiram reflorestamentos e a injeção de CO2 em sítios geológicos oceânicos.

Rio de Janeiro (RJ), 26/08/2025 – A cientista  Thelma Krug participa do debate "Esse tal de efeito estufa" para falar ao público em linguagem acessível durante a Rio Climate Action Week, na Casa Brasil. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 26/08/2025 – A cientista Thelma Krug participa do debate "Esse tal de efeito estufa" na Rio Climate Action Week. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Thelma Krug enfatiza a importância da unidade dos países no combate à emergência climática.

“É um processo muito complicado. Você tem mais de 190 países que precisam chegar a decisões por consenso. Países completamente diferentes, que sofrem com a mudança do clima de maneiras distintas. Por isso, para mim se a gente puder falar de sucesso da COP30, vai ser a manutenção do multilateralismo. Principalmente com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris. Isso não pode contaminar a COP30”, analisa a cientista.

A pesquisadora defende uma agenda de ações climáticas mais extensa, que não foque excessivamente nas questões de financiamento.

“O financiamento é importante, mas a gente não pode parar nessa expectativa de que o dinheiro vai vir. Eu não tenho esperança disso. Algumas pessoas acham que a gente deveria focar muito no financiamento, quando na verdade não vai sair agora. A gente tem que buscar o mutirão para buscar um conjunto de ações”, diz a cientista.

“Na agenda de ação climática, a gente tem tantos objetivos chaves: a transação energética, agricultura, equidade. E eu tenho a certeza de que a partir daí a gente vai conseguir ter avanços mais operacionais, mais de implementação e que não fique naquela questão de ficar cobrando financiamento”, complementa.