Sábado, 02 de Agosto de 2025
A Justiça determinou o bloqueio e sequestro de bens que totalizam até 21,7 milhões de reais, pertencentes a 11 pessoas alvos da Operação Sepulcro Caiado, conduzida pela Polícia Civil nesta quarta-feira (30). A investigação apura um esquema de falsificações e fraudes que teria causado prejuízo aos cofres do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Entre os bens apreendidos estão fazendas, terrenos, automóveis e apartamentos de alto padrão situados em Cuiabá, Várzea Grande (MT) e Marília (SP). Um dos principais alvos, o empresário João Gustavo Ricci Volpato, apontado como o articulador central do esquema, teve bens expressivos apreendidos, como dois carros importados e um apartamento localizado no condomínio Brasil Beach, em Cuiabá, conhecido por abrigar a maior piscina do país em extensão.
Outros bens de Volpato incluem quatro lotes, entre eles um no Condomínio Alphaville, cinco apartamentos e diversos outros imóveis em Cuiabá.
O casal de advogados Wagner Vasconcelos de Moraes e Melissa Franca Praeiro Vasconcelos de Moraes também figura entre os principais investigados. Eles tiveram quatro apartamentos sequestrados, localizados nos edifícios Montreal, Pacem, Vitória Régia e Uniko 87, além de dois lotes nos bairros Alphaville e Cidade Alta.
Outro nome citado é o de Mauro Ferreira Filho, servidor do Tribunal de Justiça. Ele teve apreendidos um carro da Toyota, uma carreta reboque, uma lancha e um jet ski.
Modus operandi
Segundo as apurações, o grupo criava execuções judiciais de dívidas inexistentes. João Gustavo Ricci Volpato figurava como credor e era representado pelos advogados Wagner e Melissa. A quitação das supostas dívidas era simulada com comprovantes de pagamento falsificados inseridos nos autos.
De acordo com a Polícia Civil, o advogado Themis Lessa da Silva era posteriormente incluído como defensor da parte executada, muitas vezes mediante procuração falsa ou mesmo sem qualquer documentação. Após essa etapa, Mauro Ferreira Filho, servidor do TJ, é suspeito de transferir os valores "depositados" da conta única do Tribunal para contas vinculadas aos processos, permitindo o resgate indevido.
Lista detalhada
A decisão judicial também resultou na apreensão de diversos bens de outros envolvidos:
A Operação Sepulcro Caiado segue em andamento com análise dos materiais apreendidos e apuração de possíveis ramificações do esquema.